quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Apenas Saudades


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida. Quando vejo retratos, quando sinto cheiros, quando escuto uma voz, quando me lembro do passado, eu sinto saudades... Sinto saudades de amigos que nunca mais vi, de pessoas com quem não mais falei ou cruzei... Sinto saudades da minha infância, do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro, do penúltimo e daqueles que ainda vou ter se Deus quiser... Sinto saudades do presente, que não aproveitei de todo, lembrando-se do passado e apostando no futuro... Sinto Saudades do futuro, que se idealizado, provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser... Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem nem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer. Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito! Daqueles que não tiveram como me dizer adeus; De gente que passou na calçada contrária da minha vida e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive e de outras que não tive, mas quis muito ter! Sinto saudades de coisas que nem sei se existiram. Sinto saudades de coisas sérias, de coisas hilariantes, de casos, de experiências... Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer! Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar! Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar. Sinto saudades das coisas que vivi e das que deixei passar, sem curtir na totalidade. Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que... Não sei onde... Para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi... Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades em japonês, em russo, em italiano, em inglês... Mas que minha saudade, por eu ter nascido no Brasil, só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota. Aliás, dizem que se costuma usar sempre a língua pátria, espontaneamente quando estamos desesperados... Para contar dinheiro... Fazer amor... Declarar sentimentos fortes... Seja lá em que lugar do mundo se esteja. Eu acredito que um simples "I miss you", ou seja, lá como possamos traduzir saudade em outra língua, nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha. Talvez não exprima corretamente a imensa falta que sentimos de coisas ou pessoas queridas. E é por isso que eu tenho mais saudades... Porque encontrei uma palavra para usar todas as vezes que sinto este aperto no peito, meio nostálgico, meio gostoso, mas que funciona melhor do que um sinal vital quando se quer falar de vida e de sentimentos. Ela é a prova inequívoca de que somos sensíveis! De que amamos muito aquilo tivemos e lamentamos as coisas boas que perdemos ao longo da nossa existência... - Clarisse Lispector



quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Amor e seus Adjetivos




"É fácil amar o outro nas férias de verão, no churrasco de domingo, nas festas agendadas no calendário do de vez em quando.
Difícil é amar quando o outro desaba. Quando não acredita em mais nada. E entende tudo errado. E paralisa. E se vitimiza. E perde o charme. O prazo. A identidade. A coerência. O rebolado. Difícil amar quando o outro fica cada vez mais diferente do que habitualmente ele se mostra ou mais parecido com alguém que não aceitamos que ele esteja. Difícil é permanecer ao seu lado quando parece que todos já foram embora. Quando as cortinas se abrem e ele não vê mais ninguém na plateia. Quando o seu pedido de ajuda, verbalizado ou não, exige que a gente saia do nosso egoísmo, do nosso sossego, da nossa rigidez, do nosso faz-de-conta, para caminhar humanamente ao seu encontro. Difícil é amar quem não está se amando. Mas esse talvez seja, sim, o tempo em que o outro mais precisa se sentir amado. Eu não acredito na existência de botões, alavancas, recursos afins, que façam as dores mais abissais desaparecerem, nos tempos mais devastadores, por pura mágica. Mas eu acredito na fé, na vontade essencial de transformação, no gesto aliado à vontade, e, especialmente, no amor que recebemos, nas temporadas difíceis, de quem não desiste da gente." - Lih Neta

sábado, 10 de dezembro de 2011

Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido). Para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior); novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens.
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas, nem acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito viver. 
Para ganhar  um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Por um momento apenas...




... Quero um pedacinho de tempo para poder descansar esse peso do mundo que estou sentindo em meus ombros... Um tempo onde não me perguntem nada, nem me peçam nada, apenas me permitam o direito de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café-da-manhã, enquanto visto a máscara de "olhem como sou valente e forte" ...
Quero ser a criança que pode chorar livremente até que me ponhão no colo, restabelecendo assim, o equilibrio que necessito para dormir em paz.
Quero me aventurar na busca dos sonhos, sem ter que vê-los pintados com as cores do desânimo, ou colori-los com as cores do impossivel... E quero poder brincar com os meus sonhos como se fossem massinha de modelar ilusões... Lambuzar neles meus dedos, até quando precisam se desfazer...
Quero ter companheirismo também nas horas em que tudo parece ter se perdido, e encontrar apenas um ombro onde possa repousar meu cansaço, um ombro que seja silêncio e carinho.
Quero deixar que me invada toda a dor do mundo neste instante, por que ela é minha, real e única, e que como tal seja aceita e compreendida... mesmo que eu ainda não saiba lidar com ela. E quero poder dizer: - Está doendo sim! Sem assustar ninguém, causando uma revolução tão grande que meu mundo pareça ainda mais desabitado. Seria possivel? 
Daqui a pouco tudo vai parecer  diferente e novo, eu sei. Vou secar os olhos e vou à luta outra vez e da dor hei de ressurgir mais forte... Por que sou noventa e nove por cento matéria que dificilmente se desintegra. Então, por favor, por um momento apenas, neste meu pequeno momento humano, neste "por cento" de fragilidade, quero ser igual a todo mundo e chorar...

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Caro Sr. Deus!





Caro Sr. Deus,
Estou escrevendo para Ti hoje, por que ultimamente tenho esquecido de orar. Sei que não preciso desta caneta, mas todos gostam de receber uma carta, agora e depois. Sinto muito por não escrever mais.
Por que eu preciso de Ti, mas é difícil ver por que alguém tão grande como Tu precisa de algo em mim. Eu sei que estás aí. Então, como Você está? -Eu estou bem, mas eu não posso mentir às vezes eu me sinto desistindo. Você é tudo que tenho.
Caro Sr. Deus, às vezes eu desejo que Tu vivesses ao lado assim, durante o café Tu poderia me dizer como Tu começou tudo isso, eu acho que Tu viu o nascer do sol de manhã. Obrigado pela lembrança que Tu nunca vais embora, isto me dá esperança. (Dizendo o que Tu já sabe)
Caro Sr. Deus, me diga: TU nuca choras quando nos esquecemos de agradecer a Ti pelas coisas boas em nossas vidas? Eu sei que nem sempre posso entender porque Tu fazes essas coisas boas, mas sei que no final vou fazer até o fim, se eu ficar ao Teu lado. Então aqui estou eu!
Caro Sr. Deus, estou escrevendo para Ti hoje, por que ultimamente tenho esquecido de orar.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Sonhar é um sonho



Preciso voltar o mais rápido possível ao mundo dos sonhos, antes que a realidade me roube a capacidade de sonhar, e de acreditar que um dia eles podem se realizar.

Não quero as coisas possíveis de ter. Quero os sonhos impossíveis, mirabolantes. Aqueles que eu vou passar horas e horas imaginando como seria se fossem realizados.
A questão não é realizar, e sim sonhar. Porque o que é a vida, senão sonhar em poder viver?!
Planos traçados de vida perfeita já se foram, tiveram sua época e acabaram. Ninguém mais quer aquela vidinha comum, certinha, imbecil. As pessoas querem ultrapassar seus limites, vivenciar novas vidas dentro daquela que elas já têm. Até porque, todo mundo tem suas fases, e um dia tenho certeza que você vai querer olhar para traz e ver as suas. Talvez rir, chorar, ou sonhar em passar por novas outras.
Pessoas comuns são comuns no mundo. Eu não quero ser só mais uma, eu não. Sou diferente, e prometo que vou ser sempre assim.
Sonhar é ficar várias noites deitado na cama, antes de dormir, imaginando, se deliciando com aquele gostinho da possível realização. Aquele meio que nó na garganta, sabe? Pela ansiedade ou por um medinho do que vai vir e como é que vai ser.
Eu quero sempre acreditar que tudo é possível. E eu quero sonhar muito. E eu quero sonhar com tudo que me der vontade. E caso não se realizem - e eu sei que muitos não irão - tudo bem. Só a sensação de ter acreditado que iriam sim, valeu a pena cada minuto que eu passei pensando neles. Se acontecerem, é conseqüência de alguma coisa que eu não sei, mas como disse Clarice Lispector: “Viver ultrapassa qualquer entendimento”.
Um dia, te garanto, quando você estiver lá pros seus 80 anos, você não vai dizer: “Que vida chata eu tive”.

(Leo Calcerano)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desbotar e (re)pintar.


Sempre tem aqueles dias em que não consigo enxergar o colorido das coisas, em que tudo perde o brilho e nada me chama atenção... Que necessito de ficar só, que preciso me recolher e até hibernar (se for preciso). Só consigo ver em tons de cinza. Por que estou cansado de desafiar a gravidade. Preciso repor as forças, recarregar as energias. 
Pessoas não irão voltar porque sinto falta delas, que elas não se importam por que, afinal, o coração que dói é o meu. Enxergo claramente que houve momentos bons, mas, eles viram memórias e deixam de existir do lado de fora das pessoas que o viveram, ficam no coração, bem guardados. Vou perseverar parar de sofrer por nada e enfiar na minha cabeça que pessoas e sentimentos são tão instáveis como chuva de verão. Eu sempre fui muito apegado, me entrego fácil de mais, e acabo me ferrando de mais. Nunca me importei, razão não existia, mas, seguir o coração começou a não fazer sentido pra determinadas situações. Depois de me debulhar nas lágrimas mais amargas, de pensar nas coisas mais bonitas e ver que elas se foram, depois de passar por toda aquela tortura usada pra lavar a alma... Eu pude respirar. Fui para o lado de fora e perguntei a mim “está pronto garoto?” a resposta veio no mesmo instante, “eu sempre estive.”. Agora vai ser assim, me preocupar comigo deixou de ser egocentrismo e passou a ser amor próprio. Eu não me orgulho dos meus erros e por isso fiz questão de me desculpar e me arrepender de todos eles, mas, nem sempre é o bastante. Para aqueles que guardam mágoa o meu sinto muito, fiz o que pude e até mesmo o que não podia fazer, agora é bola pra frente. Sei o meu devido lugar e não vou mais me importar ou tampouco me intrometer, a vida é uma droga, mas, vou fazer dela uma droga memorável. Cansei de deixar passar, de ir levando, de somente existir e esquecer-se de viver. Não vou tocar o "foda-se" por que isso é desculpa pra dizer que algo idiota será feito, farei o certo e o farei por mim. “A vida me ensinou a nunca desistir, nem ganhar e nem perder, mas procurar evoluir.” Eu já sei o que eu quero, ou talvez nem isso o saiba ao certo, mas sei tudo aquilo que eu não quero, e disso tenho certeza. Não se para uma avalanche quando ela está descendo montanha abaixo. Olho pra mim e vejo que tudo ainda não está bem, mas, força de vontade pra me reinventar eu tenho.


terça-feira, 29 de novembro de 2011

Aos meus amigos


Eu sei que o dia do amigo já passou, mas para Homenagear um/uns amigo(s) não é necessário esperar pelo dia deles, simplesmente se faz a qualquer hora, em qualquer lugar...

Aos meus amigos,

Para aquelas pessoas que sempre fazem meu coração sorrir...

Para a galera que sempre esteve junto até mesmo quando eu não estava muito disposto... Para a pessoa que eu esperava que me chutasse quando caí, e que foi uma das primeiras que me ajudou a levantar... Para as pessoas que fizeram a diferença em minha vida... Para as pessoas que quando olho para trás, sinto muitas saudades... Para as pessoas que me aconselharam quando me senti sozinho, e me ajudaram a entender que não importa em quantos pedaços meu coração tenha se partido, pois o mundo não irá parar para que eu o conserte... Para as pessoas que me deram forças quando eu não estava muito animado. Para as pessoas que amei... Para as pessoas que abracei... Para as pessoas que eu encontro apenas nos meus sonhos... Para as pessoas que eu encontro todos os dias e não tenho a oportunidade de dizer tudo o que sinto olhando nos olhos... Para mim... O que importa não é O QUE eu tenho na vida, mas QUEM eu tenho na vida... Por isso, Guardo todas as pessoas importantes da minha vida em uma caixinha dentro do meu coração...

E mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações.

Aos meus Amigos!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Um copo d'água!



Às vezes me pergunto: o que leva algumas pessoas reclamar de tudo? Por que elas adotam uma postura destrutiva, em vez de se apegar à chance que a vida dá de aproveitar o tempo para construir coisas boas? É difícil encontrar a resposta.
Há muitas desculpas e poucas ações. Talvez reclamar já tenha se tornado um hábito tão corriqueiro que o reclamão não se dá conta do quanto envelhece e deixa escapar a delícia que é compartilhar boas ideais e momentos de alegria... E, cá entre nós, deve ser muito triste viver à base e resmungos! Não é positivismos, é apenas uma questão de qual ângulo se está observando. Tudo tem um lado bom, você só precisa conseguir enxergar. Talvez se parássemos de reclamar um pouco teríamos tempo para tirarmos alguma lição das nossas dificuldades. Se parássemos mais de reclamar teríamos tempo para nos cuidar. Se parássemos de reclamar, sobraria mais tempo para ocuparmos a nossa boca com outras coisas, com algo melhor, mais prazeroso, tipo, um beijo, uma boa conversa, poderíamos saborear melhor aquilo que comemos. Por que muitas vezes tem gente tão concentrada em suas reclamações e resmungos que nem saboreia aquilo que põem na boca. Se Teria mais tempo para aproveitar a vida, por que as vezes não é do jeito, nem na hora que se quer ou se planejou e se emburra como criança que pediu a mãe um brinquedo novo e não veio. Talvez, se  reclamássemos menos, se arrependeríamos menos do que foi falado sem pensar. 
Mas como eu disse, tudo tem seu lado bom... E por tanto reclamarmos acabamos por ficar com sede e precisamos de água para hidratar o corpo e molhar a boca, que após tanta reclamação ficou seca. Só que estamos tão mais concentrados em nossas reclamações e em não termos reclamado o suficiente, que esquecemos  de beber água e com isso corremos sérios riscos de desidratarmos, brincadeira!
E ainda não sabe o que fazer? Se permita sorrir, descontrair, brincar.. O importante é falar menos e agir mais.

                                                                                  Um copo d'água, por favor!

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Olha o juiz aí gente!


Olha o juiz aí gente!
E se você fosse o Juiz? Sem duvida há muitas pessoas no seu mundo que você acha que merece julgamento. Deve haver pelo menos algumas culpadas por boa parte da dor e o sofrimento, não é? Que tal os ganancioso que exploram os pobres do mundo? Que tais os que promovem as guerras? Que tal os homens que agridem mulheres? Que tal os pais que batem nos filhos sem qualquer motivo além de aplacar seu próprio sofrimento? Eles não merecem julgamento?!
Só estou lhe pedindo para fazer algo que você acredita que Deus faz. Ele conhece todas as pessoas já concebidas e muito mais profundamente que você conhecerá.  Mas ae você me diz agora que não julga, ou que não quer julgar ninguém. E você acha que Deus pode fazer isso com facilidade, mas você não. Já parou pra pensar quantas vezes julgamos alguém sem conhecê-lo, apenas por “ACHARMOS” que ele seja isso mesmo que pensamos, sem termos a certeza de nada, com base apenas na nossa intuição ou de um pré-conceito mal formando. É tão fácil falar de alguém que nem conhecemos, mas vamos mudar as regras hoje, comece agora se julgando?  ... O que foi? Não conseguiu, por quê? Isso é uma coisa que fazemos diariamente, com qualquer pessoa que vemos na rua, no shopping, na faculdade, no colegial, enfim... Em qualquer lugar, se acharmos que essa pessoa não se encaixa no nosso padrão a julgamos, mas e você será que se encaixa nos padrões dela? Não sabemos, mas garanto uma coisa, ela nem perde o tempo dela lhe julgando. E você fica ai, perdendo tempo, deixando de fazer algo útil, pra ficar falando dos usos e costumes de alguém.
Sempre achamos que alguém merece ser punido por algo ruim que fez, mas será que apenas a punição vai resolver esse problema? Acho que não em, se não o mundo era pra ser a maior paz, e sabemos que não é bem assim... Sabe o que falta hoje na sociedade em que vivemos o AMOR. Isso mesmo, um amor incondicional, aquele que vê além das falhas e erros, aquele que apesar dos erros consegue enxergar que atrás dessa pilha de erros existe um ser humano que precisa de amor, como qualquer outro... Uma vez eu vi uma senhora chorando por um homem que estava sendo preso por um crime que cometeu, e perguntei por que ela ainda chorava por aquele homem, ela me respondeu assim: Atrás desses erros que todos vêem, eu vejo alguém que precisa de amor e carinho, não por que eu seja a mãe dele, mas ele precisa ser amado além dos seus erros, se a venda que tampa os olhos da sociedade caísse veríamos assim, Que todos precisam de amor, principalmente os que mais cometem erros. E isso me comoveu, sabe, acredito que ela esteja certa, talvez se deixássemos de lado um pouco o nosso egocentrismo as coisas fossem diferentes. Se amassemos mais as pessoas como amamos nossos bichinhos de estimação, não que eles também não mereçam amor, mas é que muita vezes amamos mais os animais do que um ser humano. Sabemos que ser humano é complicado, mas é que sempre desistimos de alguém quando ela se recusa a receber ajuda. O que aconteceria se insistíssemos em ajudar alguém até mesmo quando ela não quer ser ajudada, quando ela mesma já desistiu de si? Acho que o que falta no mundo é amor (incondicional) ao próximo. Não estou falando do seu vizinho, estou falando daquelas pessoas que a sociedade em geral se recursa a ajudar. E o amor não tem nada haver com dinheiro e afins, apenas a compaixão que sentimos quando vemos alguém precisando de ajuda.

“Ame ao próximo como a si mesmo.” Jesus.
Talvez o mal seja que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade.” C.F.A

Seja um idiota.



A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Affz! A vida já um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores, e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja um idiota! (num bom sentido, você me entende!). Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Releve as reclamações dos seus professores. Pense assim: Quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é eles. Pobre deles. Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas ... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, Densa, é bem ruim. Brincar é legal entendeu?!
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de que não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva... Pule corda! Adulto podem ( e devem ) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - e esse é o único não realmente aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.
Veja e sinta as coisas como se elas fossem realmente o que realmente são: Passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso a diante ou sorrir...
Bom mesmo é ter problema na cabeça, Sorriso na boca  e paz no coração!
Aliás, entregue seus problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho agora?
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore e viva intensamente antes que a cortina se feche!
"A vida é muito importante pra ser levada a sério."

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Muro de palavras



... Talvez a verdadeira intimidade eu só tenha buscado com as palavras. E eu me entupi delas no momento em que poderia estar aprendendo alguma coisa com alguém. Talvez eu aprenda a ser mais silencioso; a usar palavras menos aflitas, a falar mais com o olhar. Porque me entupindo de palavras eu me defendo cuspindo-as em alguém que tente uma aproximação.
Faço um muro de palavras entre mim e as pessoas. Sou auto explicativo só pra confundir.
Talvez eu tenha nascido para uma vida desapaixonada e culta. Talvez eu nunca tenha olhado verdadeiramente o outro; e só tenha visto o texto pronto que criei acreditando nele. Talvez eu não conheça o que julgava ter acesso cognitivo. E isso me entupiu de certezas que eu não soube abandonar ao longo do caminho.
Uso palavras para não sofrer, para plagiar uma dor, pra fingir que sou leve e que está tudo bem. Uso palavras pra falar de uma chuva que talvez eu não conheça porque não me permiti ficar encharcado dela. E ela virou a metáfora de um relacionamento que pode ser tristemente poético.
Talvez eu só tenha sentido saudade pra falar de outras coisas. Pra usar a palavra "saudade" mesmo, que eu adoro. Acho que estou muito cansado. Falei demais das coisas e , no entanto, não toquei verdadeiramente em nada. Observei e descrevi, cheio de filtros semânticos. Dentro da minha limitação eu interpretei o Universo para que eu coubesse nele, em mim. E alienei as pessoas dentro de conceitos. E arranjei um sentimento pra cada coisa. E pensei que assim, tudo estaria em ordem, sob controle.
Eu que me julgava não julgador, me considerava livre, agora tendo que empurrar as grades dessa prisão de certezas que criei pra mim. Sem poder culpar ninguém. Usando um discurso de alguém que não quer magoar o outro pra descobrir que no fundo só me importei comigo mesmo e com os meus medos. Não deixei que o outro experimentasse o que havia de melhor ou de pior em mim. Não deixei que ele escolhesse.Mantive o muro de palavras e o meu discurso pronto pra continuar a salvo do outro lado. Eu que sempre falei de pontes...
Talvez eu seja uma farsa. Talvez eu seja virtualmente inacessível. Alguém que se entope de adjetivos pra entender as coisas e dizer que não se preocupa em entender nada. Eu que sempre falei de amor, não amei o outro em toda a dimensão da pessoa que ela é. Talvez eu tenha me preocupado mais com as vírgulas que não usei nas cartas de amor que escrevi que com as pessoas que as receberam e que se julgaram amadas. Talvez eu só tenha dançado pra fingir que gostava de música. Talvez eu só tenha bebido pra fazer parte de um círculo social. Talvez eu só tenha aceitado certas coisas pra poder ser chamado de amigo e usei levianamente a palavra amizade.Talvez eu tenha me apaixonado diversas vezes pra fazer parte do círculo de pessoas que sorriem diferente porque estão amando e sofri as carências que intercalam as paixões como se fossem reais. Talvez eu tenha rompido relações pra escrever cartas de despedida e mostrar como eu dominava a dor ao escrevê-la. Talvez eu só tenha experimentado as relações dentro da literatura.
Acho que estou realmente cansado. Falei demais sobre tudo e continuo no escuro. E a minha recusa em tocar nas coisas me impede de sair tateando em direção à luz. E mais uma vez eu uso palavras pra tentar me defender de algo, de mim.Talvez eu precise parar de ler Clarice Lispector... Talvez eu devesse escrever uma carta em branco pra dizer que quero silenciar: que se o silêncio ainda estiver esperando por mim, eu aceito. Preciso esquecer as palavras, preciso me despedir delas para começar a experimentar a vida com honestidade. Talvez silenciando eu consiga ser mais honesto com você. Eu que precisei escrever tanto pra dizer isto: que preciso silenciar.
Talvez eu só tenha escrito isso tudo pra conseguir chorar... E usar a palavra "talvez" pode ser o início do abandono de tantas certezas; o início do uso mais corriqueiro da frase “eu não sei".
Talvez isso seja um começo de alguma coisa;
Talvez isso seja um fim.
Mas isso tudo se parece muito com tristeza...
EU NÃO SEI.